sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ÔMEGA-3, A GORDURA DA PREVENÇÃO

Dos quilos extras ao câncer: incluir esse nutriente no cardápio diário vai ajuda-lo a enfrentar os mais variados tipos de encrenca:

Há um bom tempo, ela é ovacionada por desempenhar com maestria a função de protetora do peito. "Esse ácido graxo de fato reduz a absorção de LDL, o colesterol ruim, e faz com que o HDL, versão benéfica dessa mólecula, apareça em maior quantidade. Assim, previne a obstrução das artérias e o surgimento de doenças cardiovasculares", atesta Maria Aquimara Zambone, nutricionista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Nos últimos tempos, porém, a ciência vem mostrando que o ômega-3 é capaz de brilhar em outros cenários, muito diferentes daqueles da cardiologia. Logo não hesite em colocá-lo sob os holofotes, em cima da mesa, na forma de peixes de água fria - como sardinha, salmão e atum - ou linhaça, nozes e óleo de canola.

Obesidade:
"O ômega-3 é um ótimo aliado para evitar o aumento do peso", afirma Dennys Cintra, professor de nutrição da Universidade Estadual de Campinas. A principal evidência é de que o excesso de gordura saturada, aquela da carne vermelha e dos queijos gordos, faz o cérebro disparar um alerta para o sistema imunológico. Ao entender que nosso organismo está em perigo, nossas defesas liberam proteínas pró-inflamatórias, as citocinas. E, quando elas entram em cena, atrapalham o modo como a massa cinzenta interpreta mensagens importantes, como a de que há comida no corpo. Mas a atuação do ômega-3 impede a cascata de encrencas e então, o sinal da saciedade soa.

Transtornos do Humor e Alcoolismo:
Um trabalho da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, mostrou que ratinhos bipolares alimentados com óleo de peixe, rico em ômega-3, deixaram a depressão de lado e, quando submetidos ao estresse, não tiveram crises de euforia. Esse estudo revela que o DHA, uma das principais frações da gordura, altera a atividade dos genes ligados à bipolaridade. No meio do caminho os cientistas ainda se depararam com um efeito inesperado: houve redução no desejo por ácool comum entre portadores da doença.

Depressão Pós-Parto:
 Já que o assunto é humor, vale dizer que investir no ômega-3 na gravidez livra a mulher da temida tristeza pós-parto. A conclusão é de um trabalho da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos. Enquanto uma parte das 42 voluntárias consumiu cinco cápsulas de óleo de peixe por semana, a outra recebeu óleo de milho. Seis meses depois de o bebê nascer, a turma do ômega fez menos pontos em uma escala que calcula a incidência de depressão nas mães. A deficiência de DHA tem sido associada a baixos níveis de dopapina e serotonina, substâncias que agem no cérebro proporcionando bem-estar. Comer de duas a três porções de peixes como a sardinha por semana seria o suficiente para se blindar contra o baixo-astral.

Funções Cognitivas:
Colocar o ômega-3 no prato não favorece apenas as futuras mães. O nutriente auxilia no desenvolvimento do cérebro do bebê, conferindo ao órgão forma e funcionalidade. A massa cinzenta e os nervos dos mais crescidos também precisam dessa gordura do bem. Ela recobre a membrana  dos neurônios, que bem protegidos, disparam sinais com mais velocidade.

Degeneração Macular:
A combinação entre predisposição genética e lesões causadas pela exposição solar pode resultar nessa doença que representa uma das cinco principais causas de cegueira no Brasil. Há um importante fator inflamatório por trás do quadro. Por isso, o ácido graxo é essencial para barrar danos na retina. Foi exatamente o que pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, constataram depois de acompanhar quase 40 mil mulheres por dez anos: quem alegou comer uma ou mais porções de peixe por semana apresentou uma probabilidade 42% menor de sucumbir ao problema.

Periodontite:
Outro chabu causado por inflamações - o alvo desta vez são as gengivas- e amenizado com o consumo de fontes de ômega-3. A prova veio de mais um levantamento da Universidade Harvard. Dos adultos analisados, os que consumiram frações de DHA com frequência corriam um risco 30% menor de sofrer de periodontite. Um dos perigos de desenvolver a doença, é que ela aumenta o risco de ataque cardíaco. Uma porção de peixe por semana garante a proteção.

Câncer:
Antes de assegurar que a gordura dá força no combate a tumores, Maria Isabel Correia, revisou trabalhos publicados sobre o tema entre 1997 e 2008, nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa. O câncer se comporta como uma inflamação crônica e essa situação interfere na produção de substâncias que controlam o paetite. Os estudos mostram que usar o ômega-3 para diminuir o estado inflamatório devolve a quem tem câncer o desejo de comer. Com a alimentação em dia, os tratamentos são mais bem tolerados. Mas se o indivíduo não receber os nutrientes adequados às suas necessidades, a gordura não opera milagres.

Perda de Massa Muscular:
Saiba: com o passar dos anos, os músculos  vão literalmente minguando. O processo, denominado sarcopenia, muitas vezes resulta em quedas e fraturas graves. A boa-nova é que o bendito ômega turbina a síntese de proteínas e, assim, impede a degradação das fibras musculares. Pelo menos foi o que evidenciou uma pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, após o nutriente ser adicionado à rotina de alguns voluntários maduros. Se o efeito se comprovar em outros trabalhos, os idosos que fazem musculação poderão caprichar no ácido graxo.

Artrite Reumatoide:
A doença aparece quando algumas células do sistema imune sofrem uma pane e passam a atacar sem piedade as articulações, causando inflamação, dor, fraqueza e limitação dos movimentos, entre outros sintomas. O tratamento visa minimizar o desconforto já que a artrite reumatoide não tem cura. E aí, uma das estratégias para proteger as juntas é investir na ingestão diária de ômega-3. Mais de 15 estudos comprovaram que juntamente com anti-inflamatórios, ele proporciona o alívio das dores articulares.


FONTE: REVISTA SAÚDE // MÊS DE OUTUBRO 2011

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